Investigação portuguesa publicada na Laboratory Investigation, da Nature
2010-10-20
Este estudo vai permitir a criação de novas tecnologias de diagnóstico de um subgrupo de cancros de estômago (ainda sem métodos de diagnóstico eficazes) ou mesmo a terapias específicas, com o objectivo último de não atingir as células normais e assim minimizar efeitos secundários dos tratamentos.
Segundo Pedro Granja, investigador do Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto (INEB) e coordenador do projecto, o trabalho que este grupo está agora a desenvolver parte de uma ideia simples. “Se conseguirmos guardar as drogas terapêuticas em minúsculas caixinhas e colocarmos nelas um destinatário, poderemos libertar no organismo essas drogas com a garantia que elas irão bater apenas nas portas correctas, ou seja, nas células que queremos atingir”, explicou, acrescentando que para isso é necessário conhecer muito bem quais são as marcas das células a atingir para que não se incomodem “as vizinhas”.
Os resultados desta investigação foram publicados na revista Laboratory Investigation, do grupo Nature.
A descoberta tem por base uma variante de uma proteína normal que se encontra na superfície de todas as células, a CD44. Desde há muito, que a CD44 é um potencial alvo para aplicação de terapias, pois funciona como um receptor e como âncora para substâncias que, concebidas para o efeito, se ligam de forma específica e eficaz às células.
No entanto, o trabalho de investigação liderado por Cristiana Branco da Cunha permitiu saber que, embora a CD44 esteja na superfície de todas as células, sofre modificações de célula para célula, permitindo distinções subtis.
"O que identificamos neste trabalho são as formas variantes que a CD44 apresenta nas células tumorais gástricas e que as distingue das células que as rodeiam, ou seja, as células gástricas normais de suporte",afirma Raquel Seruca, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
Tratamento com nanopartículas à vista
Depois desta descoberta, a equipa multidisciplinar tem agora o objectivo de desenvolver nanopartículas que se deverão dirigir especificamente às células que se pretende manipular. Estas partículas desenhadas artificialmente têm um tamanho diminuto, sendo um milhão de vezes mais pequenas que a espessura de um cabelo.
Segundo Pedro Granja, "num futuro próximo será possível desenvolver terapias para cancro sem os efeitos colaterais" das que temos agora.
Actualmente, os produtos químicos (quimioterapia) não distinguem especificamente as diferentes células que constituem o tumor, acarretando diversos efeitos secundários indesejáveis. A eficácia do tratamento apenas se baseia no facto das células cancerígenas serem mais sensíveis que as normais, mas mesmo assim os doentes apresentam em muitos casos consequências clínicas secundárias.
No entanto, o trabalho de investigação liderado por Cristiana Branco da Cunha permitiu saber que, embora a CD44 esteja na superfície de todas as células, sofre modificações de célula para célula, permitindo distinções subtis.
"O que identificamos neste trabalho são as formas variantes que a CD44 apresenta nas células tumorais gástricas e que as distingue das células que as rodeiam, ou seja, as células gástricas normais de suporte",afirma Raquel Seruca, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
Tratamento com nanopartículas à vista
Segundo Pedro Granja, "num futuro próximo será possível desenvolver terapias para cancro sem os efeitos colaterais" das que temos agora.
Actualmente, os produtos químicos (quimioterapia) não distinguem especificamente as diferentes células que constituem o tumor, acarretando diversos efeitos secundários indesejáveis. A eficácia do tratamento apenas se baseia no facto das células cancerígenas serem mais sensíveis que as normais, mas mesmo assim os doentes apresentam em muitos casos consequências clínicas secundárias.